Entrevistas Mágicas – Carta Mágica 13

IMG_20210704_204854_866

 

A nossa convidada desta entrevista mágica, é uma mulher artista!

 

ZÉLIA ÉVORA nasceu no Canadá em maio de 1969. Mãe de dois filhos, faz tricot e costura desde os 8 anos. Durante 24 anos, trabalhou como administrativa, altura em que se estabeleceu por conta própria, fazendo chapéus e outros acessórios no seu atelier nas Caldas da Rainha.

 

Criativa e inquieta por natureza, autora de dois livros, “A Terapia do Tricot” e o “Re-Use” , adora dar voz e dinamizar novos projectos! Vamos conhecê-la um pouco melhor…

 

1) Quem é a mulher “Zélia Évora”?

 

A mulher e a artista Zélia são difíceis de separar. Somos siamesas. Mas a Zélia que existe fora do atelier, acorda cedo sempre, tem dificuldade em ficar quieta por isso, entre acordar e deitar, faz fornadas de bolachas (porque é muito gulosa), é péssima dona de casa, e não faz questão de melhorar, aprende com os outros, gosta de cozinhar para o outro, gosta de poesia, cinema e papar séries enquanto faz tricot. É mãe e companheira, e dentro desse mundo que é o íntimo, é a versão mais autêntica do que se mostra aqui (se isso é possível).

 

2) E a “Zélia Évora”, artista?

 

A Zélia artista é determinada, exigente. Não é metódica. Faz em catadupa. Cresce todos os dias. Alimenta-se da Zélia mulher e extravasa nesta outra eu. Criar é a minha bênção e a minha doença. Em partes iguais.

 

3) Em 2016 editaste o livro “A Terapia do Tricot”, que significado tem para ti o tricot?

 

Aprendi tricot aos 7, como era suposto, com a mãe. O tricot é a mãe. A passagem do conhecimento de mãe para filha. A herança. É a paz do tique-tique.

Ultrapassei medos, tristezas, fiz lutos, sempre a tricotar. É como fazer ioga. Meditar.

O livro surgiu de um convite após ter criado com o Filipe Santos o gang da malha. Foi o reconhecimento. Um livro nos tops de vendas, sendo de uma arte que muitos consideram menor, é um grande orgulho.

 

4) O projecto Re-Uz, que também deu origem a um livro, consiste em dar uma nova vida a peças de roupa condenados ao lixo, evitando assim um desperdício. Esta capacidade de re-criar está muito presente em ti, é algo que te apaixona?

 

Apaixonei-me por esta ideia por fricção. Ou seja, aprendi como as roupas tem uma importância imensa na contenção de memórias quando o Romeu Marques, me pediu para reconstruir umas calças. Mais tarde quando me pediu para perpetuar as calças do avô numa outra peça. Depois foi como uma bola de neve. Pesquisar para o livro fez-me aprender o quão supérfluo a maior parte das roupas que compramos são. A água que gastam. O trabalho escravo. Valorizar peças que temos é um bom modo de quebrar o circulo.

 

5) No teu blog, tens um artigo onde dizes “ás vezes tenho um medo terrível de estagnar”, porquê?

 

Porque não são os anos que envelhecem, mas sim, parar de aprender. Enquanto estivermos em movimento geramos crescimento. Crescimento gera riqueza interior.

 

6) Sei que tens um novo projeto a dar os primeiros passos, queres falar-nos dele?

 

Na verdade são dois!

Um deles, chama -se Roteiro Criativo e tem como ideia base mostrar a cidade criativa que temos como residente local. Como se mostrasse a cada pessoa que acompanha ou lê pessoal mente. Um passeio de mãos dadas com os criativos. Conhecer os cantos à cidade. Ver o que não está no circuito imediato, mas além desse. Será em breve um roteiro em papel, impresso.

O outro,  é uma parceria com os Silos, contentor criativo,  onde junto com o Nicola Henriques vamos fazer montras “pop-up” em diversas lojas da cidade. O projecto chama-se Montra da Rua, e visa mostrar novos criadores.

 

7) Como uma das embaixadoras do projeto “Bora Mulheres”, promovido pelo Impact Hub Lisbon, que conselho darias às mulheres que querem transformar as suas ideias em negócios?

 

Que evitem “sonhos”. Os sonhos são coisas que poucas vezes se materializam. Se tens a ideia, traça um plano. E age. Não deixes que vá para a gaveta. Procura informação sobre iniciativas como esta. inscreve-te. Aprende. Mas usa a informação como uma massa de modelar. Aprende com os outros o modo deles e molda a tua própria maneira de fazeres e seres. Só projectos com identidade própria farão sentido num mundo onde já existe tudo.

 

Espero que tenham gostado, tanto quanto eu, de conhecer esta mulher “transformadora”!

 

Para conhecerem um pouco melhor o seu trabalho, convido-vos a visitarem os links abaixo.

 

 

Instagram: @zeliaevora

Facebook: @zeliamevora 

Blog: http://zeliaevora.blogspot.com/

 

Até breve,

 

 

Sandra Martins

CEO e Fundadora da Poção Mágica

Sem Comentários

Comente